Lenda do Curupira
O Curupira, protetor das árvores e dos animais, é um ser fantástico que vive no fundo das matas. Rápido, esperto e dono de uma força extrema, ele é descrito como um menino de cabelos vermelhos.
Quando encontra caçadores tentando matar as crias ou homens que aparecem para cortar e queimar as árvores, o Curupira faz barulhos, batendo nos troncos e assoviando, para assustá-los. Ele também é conhecido por fazer com que esses invasores se percam no local.

Como tem os pés invertidos, ou seja, os calcanhares na frente, suas pegadas apontam a direção contrária. Assim, quando os humanos tentam seguir o seu rastro, acabam se afastando do caminho e, muitas vezes, desaparecendo para sempre.
Lenda da Iara
Reza a lenda que a Iara era uma corajosa guerreira dona de uma beleza invejável. Por esse motivo, os irmãos sentiam inveja dela e resolvem matá-la. Todavia, no momento do combate, pelo fato de possuir habilidades guerreiras, Iara consegue inverter a situação e acaba matando seus irmãos. Diante disso, com muito medo da punição de seu pai, o pajé da tribo, Iara resolve fugir, mas seu pai consegue encontrá-la. Como castigo pela morte dos irmãos, ele resolve lançá-la ao rio.

Os peixes do rio resolvem salvar a bela jovem transformando-a na sereia Iara. Desde então, Iara habita os rios amazônicos conquistando homens e depois levando-os ao fundo do rio, os quais morrem afogados. Acredita-se que se o homem consegue escapar dos encantos de Iara ele fica louco, num estado de torpor e somente um pajé poderá curá-lo.
Lenda do Boto Cor-de-Rosa
Um dia, um homem simpático se aproximou de um grupo de turistas que visitava o Amazonas. Um dos turistas usava roupa branca e um chapéu e, aproximando-se, o homem disse a ele que não devia vestir-se daquela forma para não ser confundido com o boto-cor-de-rosa.

Os turistas ficaram curiosos quando o homem falou sobre o boto e, percebendo a sua curiosidade, o homem contou que o boto tinha fama de conquistador e que nas noites de festa junina, o boto se transformava em um homem elegante, que usava chapéu para esconder o buraquinho que tinha na cabeça. Ele sempre conquistava uma moça e depois de engravidá-la, sumia e não voltava mais a vê-la.
Depois de contar a história, o homem despediu-se do grupo e o turista de chapéu decidiu mudar de roupa para não ser confundido com o boto. Quando reparou que os turistas já estavam longe dele, tirando o seu chapéu, que escondia um buraquinho na cabeça, o homem disse "Agora, já posso tirar o chapéu.". Afinal, o homem simpático era o boto.
Lenda da Mandioca
A Lenda da Mandioca faz parte do folclore brasileiro e é de origem indígena. De acordo com a história, a filha do cacique de uma tribo tupi-guarani havia engravidado, e seu pai muito furioso, queria saber de quem era o bebê que ela estava esperando. A índia afirmava que não sabia como tal fato teria acontecido, pois não tinha se entregado para nenhum homem. O cacique não acreditou na filha. Certa noite, o chefe da tribo sonhou que alguém lhe dizia para acreditar em sua filha pois ela contava a verdade.

A partir deste momento, o cacique passou a aceitar a gravidez da filha e a esperar ansioso pela chegada da neta. A menina era muito bonita, tinha a pele branca e se chamava Mani. Trazia muita alegria para a aldeia pois era uma criança muito feliz e querida. Durante uma manhã, Mani foi encontrada sem vida pela sua mãe. Com muita tristeza, o povo enterrou a menina dentro da própria oca. A terra ficava umedecida com tantas lágrimas, e depois de alguns dias, nasceu uma planta diferente no mesmo local onde o corpo havia sido enterrado.
A planta não era conhecida pela aldeia. Perceberam que ela tinha uma raiz escura e por dentro era toda branca. Em homenagem a filha, ela colocou o nome de Manioca, uma junção de Mani (nome da criança) e Oca (local onde foi enterrada), que com o passar dos anos o nome tornou-se mandioca. Os índios passaram a utilizar a raiz da planta para fazer farinha e uma bebida chamada cauim.
Lenda do Boitatá
Diz a lenda que, há muito tempo atrás, uma noite se prorrogou muito parecendo que nunca mais haveria luz do dia. Era uma noite muito escura, sem estrelas, sem vento, e sem barulho algum dos bichos da floresta, era um grande silêncio.
Os homens viveram dentro de casa e estavam passando fome e frio. Não havia como cortar lenha para os braseiros que mantinham as pessoas aquecidas, nem como caçar naquela escuridão. Era uma noite sem fim.

Os dias foram passando e a chuva começou, choveu muito, esta chuva inundou tudo e muitos animais acabaram morrendo. Uma grande cobra que vivia em repouso num imenso tronco despertou faminta e começou a comer os olhos de animais mortos que brilhavam boiando nas águas.
Alguns dizem que eles brilhavam devido a luz do último dia em que os animais viram o sol. De tanto olhos brilhantes que a cobra comeu, ela ficou toda brilhante como fogo e transparente. A cobra se transformou num monstro brilhante, o Boitatá. Dizem que o Boitatá assusta as pessoas quando elas entram na mata à noite. Mas muitos acreditam que o Boitatá protege as matas contra incêndios
Lenda do Pirarucu
A lenda do Pirarucu teve sua origem nas águas amazônicas. O Pirarucu é um dos maiores peixes de escama do Brasil.
E para explicar sua origem, os índios costumam contar a seguinte lenda. O Pirarucu era um índio guerreiro da nação dos Nalas. Este jovem índio era muito valente, orgulhoso, vaidoso, injusto e gostava de praticar a maldade. Foi então que o Deus Tupã resolveu castigá-lo por todas as suas maldades e pediu à Deusa Luruauaçu que fizesse cair uma grande tempestade, e assim aconteceu.

Uma forte chuva caiu do céu sobre a floresta de Xandoré. O demônio que odeia os homens começou a mandar raios e trovões, tornando a floresta toda eletrizada pelos fortes relâmpagos. O forte guerreiro chamado de Pirarucu encontrava-se na hora da chuva caçando na floresta e tentou fugir, mas não conseguiu. Vencido pela força do vento, caiu ao chão e um raio partiu uma árvore muito grande, que caiu sobre a cabeça do jovem guerreiro, achatando-lhe totalmente.
O jovem guerreiro teve seu corpo desfalecido, carregado facilmente pela enxurrada para as profundezas do rio Tocantins, mas na floresta Xandoré o Deus Tupã ainda não estava satisfeito e resolveu transformá-lo aplicando-lhe um castigo severo, transformando o jovem guerreiro em um peixe avermelhado, de grandes escamas e cabeça chata. É este peixe Pirarucu que habita os rios da Amazônia.
Lenda do Guaraná
O guaraná é um fruto da Amazônia usado para fazer uma soda ou refrigerante de sabor doce e agradável. É uma bebida bastante popular na Amazônia. A origem desse fruto é explicada pela seguinte lenda: um casal de índios pertencente à tribo Maués vivia por muitos anos sem ter filhos e desejava muito ter pelo menos uma criança. Um dia, eles pediram a Tupã uma criança para completar sua felicidade.

Tupã, o rei dos deuses, sabendo que o casal era cheio de bondade, lhes atendeu o desejo trazendo a eles um lindo menino. O tempo passou rapidamente e o menino cresceu bonito, generoso e bom. No entanto, Jurupari, o deus da escuridão, sentia uma extrema inveja do menino, da paz e da felicidade que ele transmitia, e decidiu então ceifar aquela vida em flor.
Um dia o menino foi coletar frutos na floresta e Jurupari se aproveitou da ocasião para lançar sua vingança. Ele se transformou em uma serpente venenosa e mordeu o menino, matando-o instantaneamente. A triste notícia espalhou-se rapidamente. Nesse momento, trovões ecoaram na floresta e fortes relâmpagos caíram pela aldeia.
A mãe, que chorava em desespero, entendeu que os trovões eram uma mensagem de Tupã, dizendo que ela deveria plantar os olhos da criança e que deles uma nova planta cresceria dando saborosos frutos. Os índios obedeceram ao pedido da mãe e plantaram os olhos do menino. Nesse lugar, cresceu o guaraná, cujas sementes são negras e têm um arilo em seu redor, imitando os olhos humanos.
Lenda da Caipora
Segundo a lenda, na mitologia indígena Tupi-guarani, a Caipora é uma entidade que protege os animais das florestas. Conhecida como guardiã dos animais, a Caipora é uma entidade que habita as florestas e persegue caçadores que tentam adentrar a região para caçar. Ela é a responsável por castigar os caçadores gananciosos que não cumprem o acordo de caçar somente o necessário para sobreviver.

Afugenta as presas, espanta cães farejadores e desorienta o caçador simulando os ruídos dos animais da mata, assobiando ou dando pistas falsas para que se percam. A lenda conta que trata-se de um ser de estatura pequena com pelos no corpo e cabelos volumosos e avermelhados. A Caipora vive montada numa espécie de animal chamado de queixada, carregando uma lança. Pode ser representada por uma figura masculina também.
Sua origem está na mitologia indígena Tupi-guarani. Do tupi, a palavra “caipora” (caapora) significa “habitante do mato”. Em algumas regiões, a lenda de Caipora se confunde com a lenda do “primo”, Curupira, mas de modo geral Curupira é o guardião da floresta e Caipora é guardiã dos animais da floresta.
Lenda da Vitoria-Régia
"A lenda da vitória-régia faz parte do folclore brasileiro. É fortemente relacionada com a região Norte, marcada pela Floresta Amazônica. Conta a história de uma indígena chamada Naiá e de sua paixão pela Lua, chamada de Jaci. A Lua, para a cultura indígena, é uma figura masculina, assim, Jaci era conhecido como um guerreiro forte e bonito. Na lenda, Jaci escolhia as mulheres mais bonitas dos indígenas para transformá-las em estrelas, e Naiá queria ser uma dessas escolhidas.

Ela era muito bonita e atraía a atenção de vários homens, mas não aceitava os flertes de nenhum deles, pois tinha interesse apenas em Jaci. Sempre que o via, ela corria na sua direção para ser escolhida, mas continuava sem se transformar em estrela.
Durante uma noite, Naiá viu o reflexo de Jaci (Lua) se refletindo na água e então pulou nela, achando que, assim, conseguiria alcançar o seu amado. Ela, no entanto, se afogou e faleceu no igarapé. Jaci ficou comovido pelo destino de Naiá, e, por sua determinação, transformou-a em uma vitória-régia, conhecida como a “estrela das águas”.
Jaci, ainda, determinou que as folhas da vitória-régia fossem o mais largas possíveis para que a sua luz pudesse acariciar a planta da melhor maneira. Além disso, determinou que a planta somente se abrisse durante a noite, quando seus raios poderiam iluminá-la."
Lenda do Saci-Perere
O Saci-pererê é um personagem muito travesso que se diverte fazendo brincadeiras com os animais e com as pessoas. De acordo com as estórias, as suas principais travessuras são fazer tranças no rabo dos animais durante a noite, esconder objetos (como os dedais das costureiras), assobiar de maneira muito estridente para assustar os viajantes, trocar o recipiente de sal pelo de açúcar e distrair as cozinheiras para elas queimarem a comida.

O Saci é o guardião das ervas e das plantas medicinais, por isso, confunde as pessoas que tentam pegá-las sem autorização. Ele conhece as técnicas de preparo e sabe como utilizar as plantas para fins medicinais. A lenda garante que para capturar o Saci-pererê, a pessoa deve arremessar uma peneira nos redemoinhos de vento.
Dessa maneira, após capturá-lo, é necessário retirar-lhe o gorro para prendê-lo em uma garrafa. Acredita-se que o Saci nasceu do broto de bambu, permanecendo ali até os sete anos e, após esse período, vive mais setenta e sete praticando suas travessuras entre os humanos e os animais. Por fim, ao morrer, o Saci torna-se um cogumelo venenoso.
Lenda da Matinta-Pereira
Matinta Pereira é uma bruxa velha que assombra as casas das redondezas durante à noite, momento em que ela se torna um pássaro, o “Rasga Mortalha”. Assim, o pássaro pousa nos telhados ou nos muros das casas, emitindo um assobio alto e estridente para os moradores darem conta de sua presença.
Matinta costuma aparecer durante a noite ou a madrugada, perturbando o sono das pessoas. Nesse momento, um dos moradores da casa dizem em voz alta que oferecerá para ela o tabaco desejado.

Depois de proferida a frase, o pássaro voa dali e vai até outras casas fazer o mesmo. Note que em alguns lugares, as pessoas oferecem outras coisas como comida, bebidas, presentes, etc.
No dia seguinte, com o aspecto de bruxa velha, Matinta vai às casas e recebe o que lhe foi prometido na noite anterior. Se não lhe for entregue, ela amaldiçoa todos os moradores da casa, com doenças ou mesmo com mortes. A maldição de Matinta pode ser passada para outras pessoas. Assim, quando a velha bruxa já está pronta a morrer, ela indaga outras mulheres perguntando somente “se querem”. Se, portanto, a resposta for positiva, a pessoa carregará essa maldição, passando a ser a Matinta.
Lenda da Uirapuru
O Uirapuru é um pássaro da Amazônia brasileira, com belo e raro canto, quando canta toda a floresta fica em silêncio para ouvir sua melodia. Diz a lenda que o Uirapuru já foi um jovem índio apaixonado pela esposa do cacique de sua tribo. Os dois se amavam, mas ela já estava casada com o líder da tribo. Então quando o chefe os pegou juntos, ele expulsou o jovem da comunidade. Para amenizar seu sofrimento, o jovem implorou a Deus Tupã que o ajudasse.

Dessa forma, o Deus Tupã simpatizou com sua causa e o transformou em um passarinho cinza que canta poucas vezes por ano uma melodia perfeita e lindamente elaborada. Então, Uirapuru voltou para a aldeia onde encantou a todos com sua música, principalmente sua amada.
Assim, com a benção do Deus Tupã, ele poderia mais uma vez estar perto dela. Dizem que o canto e a presença do Uirapuru trazem boa sorte. Como resultado, por acreditarem na lenda, ele é bastante procurado que atualmente corre perigo de extinção.